Olá, pessoal! J
O assunto que vamos tratar no post
de hoje é muito, realmente muito importante!
Vamos começar com uma reflexão: quando
você pensa na palavra “texto”, o que vem à sua cabeça?
Eu arrisco dizer que você vai lembrar das
redações que fazia na escola, sempre com a observação do professor ou da
professora: “sigam a norma culta do português e tomem cuidado com as normas
gramaticais”! Ou, então, você pensou naqueles livros enoooooormes (que muita
gente tem preguiça de ler), não é?
Pois é... Quando perguntamos isso para nossos alunos, eles
responderam a mesma coisa!
Então, resolvemos iniciar as aulas do
nosso projeto mostrando a infinidade de formas que os textos podem assumir!
Para isso, elaboramos um mosaico com
vários exemplos:
Mas, você deve estar se perguntando: “Mas aí tem figuras! Como isso pode
ser um texto?”
Para entender isto, é preciso lembrar o que é a linguagem verbal e a linguagem
não verbal. A linguagem verbal é aquela que produzimos mediante o uso das
palavras, seja em textos orais ou escritos: são sim as redações e os livros,
mas também as músicas, os manuais de instruções, as bulas de remédio e muitos
outros. A linguagem não verbal caracteriza-se pela mensagem que depreendemos de
imagens, sinais, certos movimentos: o semáforo, o sinal para se fazer silêncio
etc. É importante lembrar que a linguagem verbal e visual mantêm relações entre
si, como nas charges e no cinema, por exemplo.
Mas... O que é um texto?
Segundo Francisco Platão Savioli e José Luiz Fiorin (2004, p. 175): “um
texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido
por um sujeito num dado tempo e num determinado espaço”.
“O texto é um todo organizado de sentido”: o texto não é um amontoado de frases ou imagens. Ele é estruturado, organizado e pensado de forma a produzir um sentido, traduzir pensamentos e suscitar muitos outros nos interlocutores. Há um contexto interno: o sentido das palavras dependem das relações delas dentro das orações; o sentido das orações dependem de suas relações dentro do período, e assim suscessivamente. Tudo são relações, o significado da parte depende do todo.
“O texto é delimitado por dois brancos”: esses dois brancos referem-se ao
antes e ao depois do contato com o texto. É o tempo de espera para o primeiro
contato do interlocutor e o momento em que este termina seu contato com o
texto.
“O texto é produzido por um sujeito, num dado tempo e num determinado
espaço”: este sujeito está inserido em um determinado grupo social, num certo
espaço e tempo, o que faz com que o texto dialogue com o contexto histórico e geográfico
em que foi produzido, de diversas formas e refletindo diversas opiniões, mesmo
que algumas opiniões se sobreponham a outras.
Assim, podemos concluir o seguinte: um texto pode ser uma produção verbal e/ou
não verbal, em que há um diálogo dentro do próprio texto, com suas partes
constituintes, e um diálogo do texto com o contexto em que foi produzido e com
as concepções do seu autor e do seu interlocutor. Textos são diversas mensagens
que podem assumir diversas formas e que, quando interpretamos, recebemos e
produzimos sentidos a partir do que nos é apresentado. Ou, simplificando nas
palavras dos nossos alunos: “um texto é tudo aquilo que produz um sentido na
nossa cabeça!” rs
Agora, quando voltamos à imagem do mosaico lá no início do post,
podemos entender porque tudo aquilo são exemplos de textos: tudo o que está
presente lá produz sentidos e reflete pensamentos.
E por que o asunto tratado hoje foi tão importante? Porque realmente as
redações escolares e os livros são muito importantes e são uma ótima forma de
ensinar e aprender! Porém, existem diversas outras formas que os textos podem
assumir, e que também são muito importantes para nós. Imagine o trânsito sem as
placas e os semáforos; os aparelhos eletrônicos sem o manual de instruções; os
remédios sem as bulas; os produtos sem embalagens; as propagandas sem
figuras... Seria um caos, não é mesmo? Além disso, nossa vida seria muito sem
graça: a infinidade de textos existentes reflete a infidade de pensamentos que
o ser humano tem todos os dias! E, se os textos fossem restritos, nosso
pensamento também seria restrito, pois a linguagem é a “tradução” dos nossos
pensamentos!
Bom, pessoal, é isso! Espero que tenham gostado da reflexão de hoje e que ela
os tenha ajudado a encarar os textos de uma forma diferente e mais dinâmica!
Até a próxima!
Referência
FIORIN, José Luiz; PLATÃO; Francisco Savioli. “A noção de texto”. In: Anglo:
ensino médio: livro-texto. São Paulo: Anglo, 2004. p.175-177.
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